Está na hora de passar fome? Não, o jejum intermitente é para perder peso e combater doenças

Dietas, há muitas (mais do que os chapéus de Vasco Santana em A Canção de Lisboa). Nem sempre fazemos a escolha certa, nem sempre nos comprometemos, nem sempre os resultados existem ou são rápidos. Com o verão a aproximar-se, mais depressa ainda começam a surgir aqui e ali dietas milagrosas, que prometem alcançar em poucas semanas aquilo que não conseguimos no resto do ano. Umas são esquecidas de um ano para o outro, algumas viram moda e uma minoria prova a sua eficácia a longo prazo.

O jejum intermitente pode inserir-se neste último grupo. Surgiu em 2013 num livro de Michael Mosley, um psiquiatra desiludido que se transformou em jornalista médico, e Mimi Spencer, jornalista. Nessa altura, A dieta dos 2 dias propunha que, em vez de reduzir calorias todos os dias, se fizesse esse corte dois dias por semana, mantendo-se a alimentação habitual nos restantes. Desde então publicaram-se inúmeros livros sobre o método, houve avanços e melhorias.

Em 2020, o International Food Information Council percebeu, através de um estudo, que o jejum intermitente era a dieta mais popular nos EUA – e, além de famosa, realmente eficaz.

Também Michael Mosley atualizou as suas descobertas em Jejum ideal, um bestseller internacional que combina jejum intermitente e a ingestão de 800 calorias por dia – a Fast 800, como é conhecida internacionalmente, faz parte da lista de dietas mais eficazes de 2022. Os resultados são rápidos: menos cinco quilos em duas semanas, menos nove ao fim de quatro. Porém, a escolha do número de dias por semana caberá a cada pessoa.

Esta dieta baseia-se numa alimentação hipocalórica. Ou seja, é ingerida uma quantidade suficientemente alta de calorias para ser fácil de gerir mas que é, ao mesmo tempo, baixa o bastante para desencadear mudanças metabólicas fundamentais.

Este livro, editado pela Arena, começa por explicar os motivos pelos quais engordamos, os benefícios do método e as razões para a dieta, que vão muito além da questão estética.

Ser ativo também é fundamental e o autor apresenta várias alternativas (da simples caminhada ao treino HIIT). Combater o stress e dormir bem são igualmente essenciais. Como chegar a tudo isto? Michael Mosley explica com exercícios e exemplos práticos.

O jejum intermitente permite emagrecer rapidamente mas com saúde.

Que alimentos devem existir sempre em casa (do azeite aos ovos, passando pelos peixes gordos e o feijão), como lidar com os desejos, que tipo de balanço deve ser feito após as primeiras duas semanas e como passar à fase dois – depois de perder os quilos pretendidos, há que manter os novos hábitos.

Está tudo explicado de forma simples em Jejum ideal, que dedica ainda uma secção a receitas fáceis de reproduzir. Queques de bacon e ovo ou batido de manga com especiarias para o pequeno-almoço; abacate esmagado em pão de centeio integral ou espetadas de frango com limão e tomilho como refeição leve; bife com cogumelos porcini ou bacalhau com pimenta, brócolos e frutos secos como prato principal. Há acompanhamentos (puré cremoso de couve-flor e feijão branco, por exemplo) e aquilo a que o autor chama “pequenos prazeres ocasionais”, para que os dias de jejum não sejam de privação total. É possível comer barritas de banana e mirtilos e pudim de arroz com manga e sementes de chia, entre outros. Não podem faltar chás, tisanas e, claro, a água. Para quem não quer perder tempo a definir o que vai comer e quando, também lá está um calendário com tudo planeado.

Barry Marshall, Prémio Nobel da Medicina, descreveu Michael Mosley como “o maior guru de saúde do intestino”. Desiree Silva, professora na University of Western Australia considera Jejum ideal “um livro importante, fácil de seguir, cheio de dicas surpreendentes e eficazes para perder peso. Vai mudar muitas vidas”.

Existe igualmente A vida em jejum intermitente, editado pela Nascente e pensado por Jason Fung, Eve Mayer e Megan Ramos para perder peso, reverter doenças e melhorar a saúde.

Seja qual for o livro escolhido, elogios ao método não faltam, provas de que resulta também não. No entanto, a opinião mais importante será sempre a sua.

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