Plano Nacional de Leitura
Literatura - Maiores de 18 anos
«Às vezes, fazer a coisa certa obriga-nos a sentir a coisa errada.»
Lisboa, 1940
Uma mulher é encontrada morta no santuário do Cabo Espichel, envolta num manto branco, com um rosário entre os dedos. Os peregrinos confundem-na com uma aparição de Nossa Senhora. Os detetives encarregados do caso não vão em delírios, mas também não imaginam que aquele é apenas o primeiro homicídio.
Vivem-se tempos estranhos: os tanques alemães avançam Europa fora e a bandeira nazi é içada na torre Eiffel. A Lisboa chegam milhares de estrangeiros e refugiados judeus, que escolhem a capital portuguesa como abrigo temporário ou porta de saída para uma vida sem medo.
As vítimas vão-se sucedendo: todos os meses, aparece mais uma mulher morta, numa sucessão de crimes de matizes religiosos. A Polícia de Investigação Criminal entrega o caso a Luís Paixão Leal, ex-pugilista de memória prodigiosa, com um olho de vidro e um passado misterioso em Nova Iorque. O detetive, que vê na justiça uma missão de vida, empenha-se em descobrir o culpado.
Até que, numa manhã de domingo, tudo muda: um golpe violento afasta Salazar do poder e sacode o xadrez político do país. Portugal abandona a neutralidade na guerra e alinha-se com as forças do Eixo. Nas ruas da capital, começa o cerco aos refugiados judeus e ecoam as tenebrosas memórias das perseguições da Inquisição.
Com a reviravolta política, Paixão Leal vê-se no centro de uma conspiração ao mais alto nível. O detetive, que vive com uma judia alemã e os seus dois filhos, sente a ameaça a bater-lhe à porta. Num mundo à beira do colapso, terá um preço a pagar caso insista em desvendar a verdade.
Dos loucos anos 1920 nos Estados Unidos à convulsa década de 1940 em Portugal, chega-nos uma versão alternativa do nosso passado, com ecos no presente, porque basta uma única reviravolta para mudar o rumo de um país e assombrar milhares de vidas. Entrelaçando um mistério policial com uma saga familiar, Deus Pátria Família é um romance magnético do autor finalista dos Prémios PEN Clube e Fernando Namora.
Os elogios da crítica:
«Hugo Gonçalves tece enredos que se desdobram em vários fios narrativos, naquele que é o seu romance mais ambicioso. Deus Pátria Família agarra o leitor pelos colarinhos, logo a abrir, e nunca mais o abandona. (...) Podemos ler como um policial, uma reconstituição histórica, um questionamento religioso, um estudo de personagens, um enredo com as pontas bem atadas. Mas o mais recente romance de Hugo Gonçalves talvez seja, acima de tudo, um desafio ao leitor: o de se rever hoje no que o passado já experienciou. Ler para não radicalizar.» — Luís Ricardo Duarte, Visão
Sobre Filho da Mãe:
«Não há muitos livros assim nas letras portuguesas, que não escondem os seus propósitos nem temem a sua exposição.(...)Narrativa que cativa, enérgica, intensa (...) e que nunca se lamenta, mesmo nas passagens mais duras e íntimas.» — Visão
«Um livro perturbador, que fica colado à pele do leitor, escrito sem concessões.» — Fernando Alves, TSF
«Uma obra-prima. Escrito como um rio de palavras justas e com um tom encantatório. Faz-me bem à alma perceber que ainda há quem escreva assim.» — António Pedro Vasconcelos
«Este devia ser um livro universal.» — Vítor Matos, Expresso
«Como disse essa sábia e genial escultora da palavra que é Agustina Bessa-Luís, "livros bons são os que incomodam". Este incomodou-me muito. E essa é mais uma das razões porque gosto tanto dele, a ponto de ainda não o ter largado. Desconfio, aliás, que nunca mais o largo.» — João Gobern
«O luto em três atos, capítulo no meio deste texto que rasga os géneros, é das coisas mais dilacerantes e belas algum dia escritas para qualquer um que tenha perdido alguém. Gonçalves constrói, sobre a sua história verdadeira, uma fábula acerca do sentido do amor e da perda.» — João Tordo
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