Mês do Orgulho LGBTQIA+: tudo o que tem de saber e, sobretudo, ler

L de Lésbica, G de Gay, B de Bissexual, T de Transexual/transgénero, Q de Queer, I de Intersexo, A de Assexual, + de outras possibilidades. LGBTQIA+: é importante decorar esta sigla e, sobretudo, saber o que ela significa.

Junho é o Mês do Orgulho LGBTQIA+ e 28 o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Por todo o mundo, incluindo em Portugal, fazem-se marchas de apoio. Porém, o caminho para chegar até aqui não foi sempre pacífico.

A escolha do mês e do dia não é aleatória. As primeiras horas de 28 de junho de 1969 ficaram marcadas por confrontos em Nova Iorque, EUA, depois de a polícia ter invadido um bar e de se terem seguido uma série de manifestações de membros da comunidade LGBT. Foi o grande impulso para marchas e movimentos civis. Atualmente, a visibilidade é incomparavelmente maior, mas isso não significa que a marginalização tenha deixado de existir. A caminhada tem de continuar.

A Penguin Random House Grupo Editorial Portugal apoia e incentiva a diversidade e a igualdade. Por isso temos, no nosso catálogo, tantos títulos e autores que partilham os mesmos valores. Obras clássicas, novos escritores ou histórias infantis – a escolha é imensa.

Robin, a rebelde é mais um livro saído da saga Stranger Things. Está a chegar às livrarias e a sua protagonista, Robin, está a explorar uma faceta da sua personalidade que até há pouco desconhecia: gosta de raparigas.

Tudo o que restou de nós, de Adam Silvera, tem no centro da história Griffin e Jackson, que se aproximam numa tentativa de reavivarem as memórias que partilham da pessoa que ambos amaram. Além desta obra, editada em maio, o autor tem no currículo um bestseller que aborda a homossexualidade, No final, morrem os dois.

Histórias ou personagens LGBTQIA+ não são novas, existem provavelmente desde que existe literatura. Porém, eram olhados de lado, esquecidos ou deliberadamente escondidos. Escandalosos, impróprios, absurdos: as considerações depreciativas sempre se multiplicaram. Quem ousava abordar estes temas corria grandes riscos.

Foi o caso de James Baldwin que, em 1956, escreveu abertamente sobre um casal heterossexual que vê a sua relação abalada por um caso homossexual. O editor de Baldwin aconselhou-o a queimar o manuscrito mas ele, um escritor negro a falar sobre o amor entre dois homens brancos, persistiu e assim nasceu uma obra prima, O quarto de Giovanni.

Os livros podem ser um escape, um mundo no qual mergulhamos para esquecer os problemas da vida real. E, mais do que isso, são mágicos: é lá que descobrimos coisas que também sentimos, mas que não sabemos transmitir por palavras ou que achávamos que não eram partilhadas por mais ninguém. Na literatura encontra-se apoio e força – isso é válido para toda a gente, incluindo para a comunidade LGBTQIA+. Ninguém está sozinho no mundo – ou, pelo menos, não tem de estar se não quiser. Faz sempre parte de um grupo, de uma comunidade, de uma rede de partilha.

Rapariga, Mulher, Outra, de Bernardine Evaristo, tem uma pequena amostra de tudo isso, incluindo uma personagem não-binária. As 12 figuras centrais levam vidas muito diferentes: desde Amma, uma dramaturga cujo trabalho artístico frequentemente explora a sua identidade lésbica negra, à sua amiga de infância, Shirley, professora, exausta de décadas de trabalho nas escolas subfinanciadas de Londres.

Também na literatura infantil há muitas opções que abraçam a diversidade. O casamento do meu tio, de Sarah S. Brannen, é um álbum com ilustrações maravilhosas e uma narrativa que celebra o amor, independentemente do género.

Vamos falar de… famílias, de Kathy Gordon, é um livro com janelas para abrir que mostram várias realidades: crianças que vivem com os avós, só com o pai ou até com duas mães.

Podíamos ainda falar de Toda a gente nesta sala um dia há de morrer, o aclamado romance de estreia de Emily Austin que acompanha Gilda, uma jovem lésbica, ansiosa, ateia e obcecada com cenários de morte que aceita emprego numa igreja católica; de A cada dia, de David Levithan, cuja personagem principal é pan; de O livro secreto de Frida Kahlo, famosamente bissexual, obra assinada por F. G. Haghenbeck, e de tantos outros títulos. Contudo, não queremos que perca mais tempo aqui. O que queremos mesmo é que leia. Por isso, deixamos-lhe uma lista de sugestões.

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