Alfaguara: Há 15 anos a construir uma narrativa do mundo.

«A Alfaguara celebra 15 anos em Portugal no ano em que celebra 60 anos em língua espanhola. A alegria desta coincidência espelha um duplo desafio: quando chegou até nós, a Alfaguara tinha já uma vibrante e reputada identidade editorial, ao mesmo tempo que tinha um caminho inteiro por desbravar. Enquanto sua editora desde o primeiro livro, posso dar testemunho de que esta ambivalência foi plenamente abraçada e continua a orientar as nossas escolhas, procurando sempre dar a conhecer alguma da melhor literatura internacional, num equilíbrio entre autores já consagrados e autores que importa descobrir. Volvidos 15 anos, a vertigem do caminho por trilhar é a mesma do dia inicial, mas agora com um propósito maior: honrar a cada novo livro o catálogo português e, assim, honrar cada leitor que confia na Alfaguara e que compõe em torno do nosso trabalho uma comunidade que nos estimula a continuar.»

Clara Capitão, Diretora Editorial

 

A FUNDAÇÃO

Em 1964, o escritor espanhol Camilo José Cela, mais tarde galardoado com o Nobel de Literatura, pôs em marcha um projeto editorial que reverbera até aos dias de hoje. Com a colaboração dos seus irmãos Juan Carlos e Jorge, e o apoio financeiro do construtor Jesús Huarte, Cela lançou uma editora que ganharia corpo e que faria pontes com a América Latina, em particular, e com o mundo das Letras em geral, expandindo mais e mais a sua importância.

A Alfaguara, que chega globalmente aos sessenta anos de aventuras no mundo dos livros, tornou-se uma garantia de qualidade literária. Inicialmente, no campo da literatura espanhola; depois, então, no contexto da grande literatura internacional traduzida, escolha que acabaria por refletir-se no catálogo que hoje conhecemos. O primeiro livro publicado foi Viaje al Pirineo de Lérida, do próprio Camilo José Cela. Logo no ano seguinte, foi lançado o hoje afamado Premio Alfaguara de Novela (cujo primeiro vencedor foi Jesús Torbado, com Las Corrupciones). Depois, o fundador afastou-se progressivamente, e foram tomados novos caminhos que conduziram a Alfaguara a outros lugares, ao sabor d’a fonte que corre, significado da palavra árabe que dá nome à editora. Lugares onde se encontram leitoras e leitores que reconhecem e valorizam a sua forte identidade literária, entre os quais Portugal.

 

ALFAGUARA EM PORTUGAL

Presente em Portugal desde 2009, a Alfaguara dedica-se a construir um catálogo próprio e, dando a conhecer aos leitores do lado de cá da fronteira algumas das melhores páginas da literatura contemporânea internacional; desde nomes tão estabelecidos como Javier Marías, Michel Houellebecq, Héctor Abad Faciolince, Leïla Slimani, Juan Gabriel Vasquez, Elizabeth Strout ou Manuel Vilas, a vozes emergentes que já deixam a sua marca no mundo das letras, como Miriam Toews, Colson Whitehead, Sofi Oksanen, Beatrice Salvioni, Brit Bennett, Karina Sainz Borgo, Virginia Feito ou Carmen Maria Machado, entre muitos outros.

Outra marca do seu catálogo é a recuperação de clássicos contemporâneos, de que são exemplo James Baldwin, Charles Bukowski, Kurt Vonnegut, John Fante, Lucia Berlin, Fleur Jaeggy e Angelika Schrobsdorff, trazendo as histórias e o olhar destes escritores para as leituras dos nossos dias.

Além disso, a Alfaguara mantém-se atenta ao que de novo – e de melhor – se publica internacionalmente. Assim, ainda este ano, juntar-se-ão ao catálogo novas vozes, como as espanholas Lara Moreno e Alana Portero, a norte-americana Tess Gunty, o espanhol Manuel Jabois ou a francesa Marie Ndiaye; a já clássica Alba de Céspedes; e a plenamente estabelecida, embora inédita em Portugal, Jamaica Kincaid.

Com um grupo estelar de autores, não faltam no catálogo da Alfaguara alguns dos mais destacados prémios literários: National Book Award, Pulitzer Prize, Prix Goncourt, Premio Alfaguara de Novela, Premio Nacional de la Critica, Premio Strega, entre muitíssimos mais galardões. E para continuarmos a construir esta narrativa do mundo, estabelecemos, num manifesto especial, os princípios que continuarão a orientar-nos.

 

 

MANIFESTO ALFAGUARA

  1. Construir pontes entre geografias, olhares e idiomas diversos.
  2. Acolher novos talentos e revisitar livros de sempre.
  3. Promover a vitalidade das ideias e das perspetivas.
  4. Compreender e comunicar a singularidade de cada autor.
  5. Encontrar para cada livro a sua comunidade de leitores.
  6. Sentir o ar do tempo e escutar os ecos de cada leitura.
  7. Abrir caminho entre gerações de leitores e escritores.
  8. Lançar alicerces para que a literatura resista.
  9. Escolher cada livro como se fosse o primeiro, publicar cada livro como se fosse o único.
  10. Contribuir, livro a livro, para uma narrativa do mundo.
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